domingo, 2 de março de 2014
Livres reflexões sobre Descartes e viagens
Assim como Sócrates, salvaguardadas as devidas diferenças, Descartes(1596-1650) busca a fundamentação para um saber autenticamente filosófico não entre os homens mais cultos de seu tempo, mas a partir de uma investigação de si mesmo e da conversa com homens e mulheres de múltiplos pontos de vista. Acrescentando à reflexão filosófica o conhecimento vivo de variados costumes, as viagens e a experimentação de si através das circunstâncias que a vida nos coloca. Nesse sentido, após ter estudado em uma das melhores escolas de sua época e de ter acesso a toda a cultura veiculada pelos livros de seu tempo, considerou que, em termos de aquisição de erudição, esses estudos já teriam sido suficientes e que seria preciso, sem negar obviamente a utilidade de uma boa erudição, dar um passo além dela e procurar algo constante e firme nas ciências, constância essa que não tinha encontrado na disputa dos filósofos da época com seus variados discursos a respeito de qualquer tema. Essa é uma das razões mais fortes para que tenha pensado que o caminho dos livros não é o único a ser traçado por quem busca o conhecimento. Nossa razão, no sentido cartesiano, é entendida como algo que pensa, duvida, nega, quer e não quer e é muito mais acessível ao conhecimento que a nossa realidade corporal. É também a faculdade de discernir o verdadeiro do falso. Analogamente ao pensamento socrático, ele pensa que basta julgar bem as coisas para proceder bem. Acrescentemos a isso uma outra afirmação cartesiana, assumida no texto Princípios da filosofia, em que a filosofia é entendida como o conhecimento de todas as coisas que o homem pode saber para a correta condução de sua vida, a conservação da saúde e a invenção de todas as artes...
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Olá professora. Lembra que lhe falei que me chamava Pássaro Cativo por um poema de Olavo Bilac? É um poema muito bonito, encontrei na internet pra te mostrar:
ResponderExcluirO pássaro cativo, poema de Olavo Bilac.
Armas, num galho de árvore, o alçapão.
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.
Dás-lhe ,então, por esplêndida morada
A gaiola dourada;
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo.
Por que é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste, sem cantar?
É que, criança, os pássaro não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:
"Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro
Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores
Tenho frutos e flores
Sem precisar de ti!
Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi...
Prefiro o ninho humilde construído
De folhas secas, plácido, escondido.
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pompas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me, covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade!
Não me roubes a minha liberdade...
Quero voar! Voar!"
Estas cousas o pássaro diria,
se pudessem os pássaros falar.
E tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição.
E tua mão tremendo lhe abriria
A porta da prisão.
Oi,
ResponderExcluirtentei seguir ao blog, mas não consegui, tem um problema na configuração.