terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pequeno ensaio sobre dobras

                                                                    " Mulher é desdobrável, eu sou."
                                                                          Adélia Prado


Não mexo mais em feridas
Quero as dobras
das ondas, dos panos, dos calcários

Deixo lençóis fechados  no armário
Em vez de armas e espinhos,
guardei as dobras nos jarros

Em vez de farpas guerreiras,
desdobramentos delicados
transbordam por todos os lados                  




Poema publicado no livro " Um olhar para os detalhes". Org.da poeta e professora Maria Dolores Wanderley. Rio de Janeiro: Editora Interciência e Petrobras, 2010.p 67                                                  

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