Havia os cabelos de Eurídice incendiando a praia
e os homens com suas redes esperando
Orfandades arrastadas sobre a areia
era assim que vinham os peixes
era assim que as palavras vinham,
sem ar,
com olhos vitrificados
Havia os cabelos de Eurídice soltos
como velames
cortando os ventos
semeando bichos que se alastravam
Eram quase mãos, os cabelos de Eurídice,
tentando agarrar alguma coisa
buscando alcançar uma alegria, um êxtase,
uma dor que fosse
qualquer coisa quebrada,
algum resto, um destroço
ou algas e conchas dentro das ondas
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