quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Pedantismo


"Cumpre entretanto indagar quem sabe melhor e não quem sabe mais." - Michel de Montaigne



"Ao ter uma atitude pedante, o indivíduo não permite críticas nem aprendizado, já que acha que sabe tudo, porém sabe muito menos do que acha que sabe. Logo, o pedantismo cria uma barreira entre o pedante e o mundo ao seu redor, impedindo o conhecimento, um desenvolvimento. Ou seja, ao dizer que não precisa da sabedoria do outro, a pessoa pode até evoluir em alguns aspectos intelectuais por conta própria, mas não necessariamente essa evolução será sustentável. O indivíduo não se desenvolverá, pois em muitos outros aspectos ele estará errando, por exemplo, ao não ser modesto. Portanto, de nada vale a sabedoria estagnada, que não se move de forma recíproca, não é passada nem recebida. Então uma outra dimensão é construída pelo pedante, como um "autista", negando-se ao externo, entretanto, internamente se negando. Pois, a meu ver, é inerente ao ser a natureza social, a troca, o convívio, assim, este irá contra sua espécie, até chegar à desumanização do humano, ao animalesco. Mas era destinado a pensar, fazer pensar, já que existe, pois, para pensar. Será?"




Matheus Maciel (15 anos), aluno do IFF Cabo Frio

6 comentários:

  1. Achei muito legal a analogia feita por Matheus. Aquele que é pedante com certeza não evolui intelectualmente já que este conhecimento não está em movimento. Na minha concepção, é como se o conhecimento daquele pedante fosse um alimento, se você o guarda e não o usufrui, ele se manterá bem conservado, porém você não utiliza a energia daquele alimento e um dia ele irá estragar, podendo até contaminar outros alimentos ao seu redor. Em outras palavras, aquele saber não servirá de nada para aquele individuo e poderá até mesmo prejudicar todo o seu conhecimento.

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  2. Uma mãe passarinho pega o alimento, leva à boca de seu filhote para dá-lo de comer, ela nunca experimentou o gosto do alimento, a qual seu filho se alimenta. Assim são as pessoas que passam para os outros, coisas que nunca viveram ou se quer acreditam.Estas passam apenas para mostrar que os têm em seu cérebro, o qual é lotado de várias matérias e conceitos,menos dos seus próprios pensamentos.

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  3. O pedantismo, de quem diz não precisar do conhecimento alheio e adota uma postura arrogante quanto ao saber de outras pessoas, penso ser impraticável, pois o individualismo neste caso não existe. Precisamos e dependemos do conhecimento alheio, para assim desenvolver o nosso, à medida que estes conhecimentos e pensamentos alheios se tornam também um pouco nossos. Contudo, ao absorver estes conhecimentos é preciso tomar cuidado para não deixar que estes pensamentos alheios guiem os seus próprios. O conhecimento externo deve servir de base e impulso para o desenvolvimento ‘’intelectual’’ individual, e não guiar e deliberar os nossos.
    Desta forma, não nos tornemos ‘’cabeças-de-pote’’, reproduzindo incessantemente as ideologias, pensamentos e ideias que nos dominam, mas sim, tornemos estas ideias um pouco nossas, adaptando-as para nós mesmos e usando-as como incentivo para desenvolver as nossas, que um dia podem vir a ser de outros também no ciclo infinito das relações humanas. Sejamos, acima de tudo, humanos.

    Rebeca (16 anos) - Hospedagem - 2º ano

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  4. Concordo com que o metheus escreveu sobre as conseqüências do pedantismo. fazendo um outro viés ao comentário do jhonatas (jhol) vejo o alimento não só como em estoque mas também como na digestão, onde o ser acumula tanto conhecimento (alimento) que torna-se balofo sem haver a prática desse conhecimento para a sua vida.
    Muito bom o seu texto, parabéns.

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  5. "O sábio envergonha-se dos seus defeitos, mas não se envergonha de os corrigir." (Confúcio)

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  6. Muito bom o texto do Matheus, certamente o pedantismo impede a evolução intelectual, pois o homem obedece tão cegamente as suas origens sociais e culturais que não abre espaço para debates sobre assuntos que poderiam levá-lo a um desenvolvimento do seu raciocínio e conhecimento, cometendo assim o maior erro de todos que é o ter medo de errar.

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