terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Um canto de sereia

Ulisses e as sereias




Me pergunto com que roupas e sandálias
chego até você
incendiada pelos seus navios

As ondas do meu desejo nos sustentam
espalhadas e espelhadas
em cada fio dos meus cabelos

Demônio do mar,
sem medo da canção das deusas,
Guerreiro dos cabelos cor de sol

Como enfrentar seu gosto pelos vícios
pelo jogo astucioso do combate
Vencedor de Troia, como eu poderia me perder?

Não adiantam os feitiços, nem os luxos,
nem os lixos onde atiro o que sobra
da abundância dos meus pelos,
das minhas unhas, dos meus beijos

Me pergunto com que roupas e sandálias
chego até você
Demônio de Troia,
Como poderei vencer?

Um comentário:

  1. Canto de tal ardor que é capaz de desmaterializar qualquer tampão de cera nos ouvidos. Parece que Circe e Calypso também se juntam à sereia vencida.

    É um prazer ler a sua poesia.

    Abraço.

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