Gustav Klimt
Essa moça que amei
na tarde fria
não a amo mais
Aos poucos
estou esquecendo seu rosto,
suas formas, seu modo obsceno
de gritar meu nome em meio ao gozo
Estou esquecendo suas mãos, seus gestos,
seu modo de fugir, sua alegria.
A cada dia que passa
eu a esqueço mais
como se ainda fosse amor o que sentisse
Estou esquecendo as águas
onde a vi banhar-se
esqueço as vestes claras, a trança úmida,
e os pequenos defeitos de seu corpo
Se me perguntarem se era feia ou bonita,
não sei, não lembro
tampouco sei dizer se ela era triste
Mas às vezes vinha pela tarde
feito um anjo sem abrigo
e meu amor mordia suas asas
Assim, ferida, ela ficava
presa sob meus cuidados
imune à ira dos deuses e do tempo
Mas me escapou um dia
Ah, essa moça que amei na tarde fria...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário