Henri Toulouse-Lautrec
Está escuro na bicicleta veloz
E chove, chove, chove uma alegria
sobre o corpo, sobre o sangue
sobre o espanto do peito acelerado
contra o vento
E se quebram contra o calçamento
mentiras e reis
Granizo que se desfaz na travessia
Veias de vidro trincadas pela luz
que escoa dos postes da rua
Caminho, ciclovia,
rota iluminada
por pequenas e úmidas luas
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
O poema de Laura
Gustav Klimt
Essa moça que amei
na tarde fria
não a amo mais
Aos poucos
estou esquecendo seu rosto,
suas formas, seu modo obsceno
de gritar meu nome em meio ao gozo
Estou esquecendo suas mãos, seus gestos,
seu modo de fugir, sua alegria.
A cada dia que passa
eu a esqueço mais
como se ainda fosse amor o que sentisse
Estou esquecendo as águas
onde a vi banhar-se
esqueço as vestes claras, a trança úmida,
e os pequenos defeitos de seu corpo
Se me perguntarem se era feia ou bonita,
não sei, não lembro
tampouco sei dizer se ela era triste
Mas às vezes vinha pela tarde
feito um anjo sem abrigo
e meu amor mordia suas asas
Assim, ferida, ela ficava
presa sob meus cuidados
imune à ira dos deuses e do tempo
Mas me escapou um dia
Ah, essa moça que amei na tarde fria...
Essa moça que amei
na tarde fria
não a amo mais
Aos poucos
estou esquecendo seu rosto,
suas formas, seu modo obsceno
de gritar meu nome em meio ao gozo
Estou esquecendo suas mãos, seus gestos,
seu modo de fugir, sua alegria.
A cada dia que passa
eu a esqueço mais
como se ainda fosse amor o que sentisse
Estou esquecendo as águas
onde a vi banhar-se
esqueço as vestes claras, a trança úmida,
e os pequenos defeitos de seu corpo
Se me perguntarem se era feia ou bonita,
não sei, não lembro
tampouco sei dizer se ela era triste
Mas às vezes vinha pela tarde
feito um anjo sem abrigo
e meu amor mordia suas asas
Assim, ferida, ela ficava
presa sob meus cuidados
imune à ira dos deuses e do tempo
Mas me escapou um dia
Ah, essa moça que amei na tarde fria...
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