Diante das coisas mais óbvias
estanco
como se fossem abismos
Não aprendi a dar os passos decisivos
Tenho desejado corredores longos na penumbra
como nos antigos colégios
É noite, escuro
lá fora os fios da cidade não me alcançam
nem as profissões, nem o futuro
Quero ficar no colégio eterna interna
feito uma menina morta aos treze anos
feito Laura Vicunha, feito as velhas madres
Quero ficar guardada nos retratos para sempre
E com meu corpo de vento
descer e subir escadas
brincar no jardim
E à noite
quando todos partem
e as freiras dormem
ter um colégio
e um mundo todo para mim
domingo, 18 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
Um pomar no escuro
Marco Mazzoni
Marimbondos estalando pelo corpo
cacos de vidro verde sobre o muro
mínimos guardiões desse desejo
de furtar teus frutos
e desabotoar essas paredes,
calhas, luzes, rochedos
que dividem e separam
minhas chamas das tuas
Marimbondos estalando pelo corpo
cacos de vidro verde sobre o muro
mínimos guardiões desse desejo
de furtar teus frutos
e desabotoar essas paredes,
calhas, luzes, rochedos
que dividem e separam
minhas chamas das tuas
Assinar:
Postagens (Atom)