quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

partos de Zeus

  quero a calma desses livros aí na estante
      arrumados, comportados
fingindo que não estão na pândega

mas os cabelos soltos das bacantes
            pelo chão
   a poeirinha não varrida
falam com gosto das tuas filhas

harém de leão com seus filhotes
      com suas leoas ruivas
        lar da pá virada
onde o escritório em ordem disfarçada
      oculta a luxúria sem luxo
de quem respira ( anfíbio) por palavras

varando sem pudor as madrugadas
   com luzes tímidas, passos cuidadosos
      notívago, lobo e pai
        nas ruas de florença

todo poeta é um perigo de nascença

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