quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Chafariz

Parece que saí de algum sonho, de alguma caverna
de algum lugar inóspito e aquecido
Imobilizado feito os corpos de Pompeia
virei uma estátua de cinza

Sou uma miragem entre os edifícios
mas tenho a realidade dos fantasmas
a errância dos bardos
a necessidade dos mendigos

Minha imobilidade é um artifício

A todo tempo oscilo
entre a inércia do meu corpo
e a fluidez do rio que abrigo

2 comentários:

  1. Nossa! É uma paisagem ou um retrato? Importa é que a água que verte esse chafariz veio de minas longínquas e nobres. Achei a estrofe intermediária belíssima.

    A imobilidade com um rio dentro. Um leito estranho de rio. Talvez Heráclito parasse diante desse chafariz.

    Abraço.

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  2. Olá professora Iracema! Sempre passo por aqui, sou sua fã. E amo principalmente esse teu poema. Um beijo no seu coração :D

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