musos e musas
de todas as cidades me salvem
sou uma força em um plural terrível
atenção Lisboa, Berlim, Buenos Aires
arrombei a porta de casa
larguei os filhos
os sapatos, as máscaras
estou com um incêndio
na boca, na voz, no riso
matei toda essa vida
calculista
roubei
e estou fugindo para o poema
segunda-feira, 29 de julho de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
Festa de São João
Isso não é invasão é olhação
sua noite começa melhor
depois que alguém te olha
Se eu ficar na barraca do beijo
vou dar prejuízo
ninguém vai querer me beijar
mas se eu ficar na barraca do olhar
quem sabe, talvez,
São João
acenda a fogueira do meu coração
e aí vou continuar
não é urgente, não é para casar
é só para olhar
Isso não é invasão, São João, é só
olhar, luz, câmera, ação
meu nome é Suellen
maria chuteira
superem
sexta-feira, 26 de julho de 2013
uso e desuso
muse-me e abuse-me
cante-me
escreva-me
leia-me
curta-me
adoce-me
roube-me
use-me
mas meu coração não é de pelúcia,
baby:
é de carne
cante-me
escreva-me
leia-me
curta-me
adoce-me
roube-me
use-me
mas meu coração não é de pelúcia,
baby:
é de carne
quinta-feira, 18 de julho de 2013
mensagem de uma Helena estrelada
depois acho que vou fazer um poema
mulher curiosa, mulher dos furos, do furô
das fendas, das peixeiras,
mulheres rendeiras
das navalhas, etc e tal
se quiser ainda me dar um alô
tô aqui
na luz natural do pacífico
fuso horário trocado
datas alteradas
programada e libertada
garota de programa
lâmpada acesa
entre o tear e o fuso
entre o fuso e o tear
de frente para o mar
mulher curiosa, mulher dos furos, do furô
das fendas, das peixeiras,
mulheres rendeiras
das navalhas, etc e tal
se quiser ainda me dar um alô
tô aqui
na luz natural do pacífico
fuso horário trocado
datas alteradas
programada e libertada
garota de programa
lâmpada acesa
entre o tear e o fuso
entre o fuso e o tear
de frente para o mar
sábado, 13 de julho de 2013
Resposta ao Anjo Gabriel
Agora que aprendeste a incendiar-me
e me adivinhas inteira dentro do vestido
agora que invadiste a sala e o chão de minha casa
agora que fechaste a porta
e me calaste com teus lábios e língua
peço-te afoitamente
que me faças assim
ínfima e sagrada
muito mais pornográfica do que lírica
muito mais profana do que tântrica
muito mais vadia do que tua
e me adivinhas inteira dentro do vestido
agora que invadiste a sala e o chão de minha casa
agora que fechaste a porta
e me calaste com teus lábios e língua
peço-te afoitamente
que me faças assim
ínfima e sagrada
muito mais pornográfica do que lírica
muito mais profana do que tântrica
muito mais vadia do que tua
George Segal, Girl putting on mascara, 1968
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Ariadne
Os túneis não te alcançam mais
nem rastros, nem restos
nem luzes
me arrasto entre novelos sujos
paredes escuras
labirintos
Há trilhos, muitos trilhos
Mas não são caminhos
e me prendem
Mesmo assim
vivo gerando fontes e jardins
E aguardo o dia
em que voltarás
silencioso e faminto
para perto de mim
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Clítia
Estou atada a um destino
como a um rochedo
Por séculos serei um girassol
acorrentado à luz
Amigo Prometeu, tu que roubaste
o fogo dos deuses para colocá-lo
no coração dos homens,
liberta agora meus olhos dessa escravidão
Preciso curar-me, amigo,
dessa claridade
Quero sombras para drenar
essa luz que não me dá sossego
Ensina-me um jeito de abrandar
o fogo e de expulsá-lo
Preciso de trevas para o meu desejo
Assinar:
Postagens (Atom)