segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

abrigo em noite de inverno

ofereço partes de mim que não existem
olhos que você não vê
um pouco de minha luz para você
deitar-se
a força branda que tenho
na voz que você não escuta
ofereço minha companhia
meu casaco, meus sapatos
algo que agasalhe
toca, luvas, boné
o guarda-chuva perdido
a lâmpada, o aquecedor
aceito que pernoite uma vez só
talvez isso suavize sua dor
se quiser mais
pode vir totalmente
invisível
tantas noites quanto queira
para debaixo do meu cobertor

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