segunda-feira, 1 de setembro de 2014

L'amour entre tours et tous

Invadi seus passos na calçada
entre a liberdade e a calma
no caminho que fiz até você
o que se ilumina é breve, leve
aceita torres como mirantes
não como calabouços
nem quedas nem prisões
mora comigo uma noite só
e vai embora
certo de que o amor não é uma pessoa, não se prende, não é anel nem arame
nem tem nome próprio, nem fome de um único  soldado civil ou trapezista
nem  muro, nem cerca, nem furo de reportagem, nem filhas, nem família
mas está em toda parte, solto,
raio que vem por dentro e por fora e atinge todos
para além de quaisquer dois e nós,
obsessões,  arranhões
e paranoias
não precisa de bagagens nem de escola
aceita ser miragem entre  faróis, ilhas, milhas
mil vezes sem dor quando decola, não cola, descola
sem amarrações, não gruda, não controla
amor: miragem e saudade entre antenas parabólicas
astros, satélites, cartas de tarot, rainha de copas
jogo, fogo: onde pouco já é muito
e onde às vezes muito é muito pouco

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