segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Santa Clara


Amanheci de um modo novo hoje
as luzes de sempre
não me prendem mais com suas âncoras
queimei as lanças
e fui deixando para trás
a casa, o pátio, a aldeia
docemente ensolarada

Rasguei as certezas
enterrei os vestidos
e agora tenho por riqueza o vento

que sustenta os pássaros

3 comentários:

  1. Uma nuvem de amor
    e dor.
    Movimento-me segundo os ventos
    frios e tristes,
    sons de Chico Buarque e Nirvana.

    Uma nuvem de gotículas de água prestes a se precipitar,
    de sentimentozinhos.
    Uma nuvem, por isso,
    escura, com água demais.
    Uma nuvem antinatural
    que sempre chove,
    e sempre é água e cinza.

    Um beijo professora :* rs

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  2. Um poema lindíssimo, um rito de passagem, um movimento iniciático.

    abrs

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  3. "e agora tenho por riqueza o vento

    que sustenta os pássaros"

    Iracema, isso é arrebatador.
    Você tem então as únicas raizes que importam:
    as raizes do céu.

    Beijos.

    Katyuscia

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