domingo, 5 de junho de 2011

Brasas

"La bruja", de Cildo Meireles


Há um desejo de chuva sobre brasas
e o invasor finalmente deixou esse país
Desejo de guardar as armas
e arrumar a casa
limpar armários, trancar arcas

A matéria escura dos meus cabelos
vai descendo com o vestido até os pés

Uma monja vai nascendo de mim
blindada sob véus e espadas

Ninguém se atreva a perturbar
esse silêncio de milênios
Ninguém ouse uma palavra
contra essa escuridão

Sou um submarino inacessível
sob muitas águas

Um comentário:

  1. Lindo poema... gosto de passar por aqui!

    Quando vens a Natal? Gostaria muito de conhecê-la e, quem sabe, trazê-la para o Casarão de Poesia, algo como um encontro com artistas e admiradores da poesia daqui de minha cidade, Currais Novos. Nossa! Seria um imenso prazer!!!

    Abraços bem buchudinhos (é que estou grávida)

    Luma Carvalho

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