quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Alcíone

                                                                      Renata Dorea



Ando à procura de um espelho
que te traga
de alguém que anuncie tua chegada
um presságio, um aviso
alguma mensagem que se abre
com navalha

Se ao menos eu sonhasse
se tua imagem me desafiasse
e me seguisse
se houvesse uma urna, uma ilha
uma prisão qualquer onde estivesse retida

Se as aves te anunciassem
se tivesses um anel
se deixasses uma pista

Mas não há nada, nada
só meu silêncio
em busca de teu nome
e deuses marinhos me turvando a vista



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