quero a calma desses livros aí na estante
arrumados, comportados
fingindo que não estão na pândega
mas os cabelos soltos das bacantes
pelo chão
a poeirinha não varrida
falam com gosto das tuas filhas
harém de leão com seus filhotes
com suas leoas ruivas
lar da pá virada
onde o escritório em ordem disfarçada
oculta a luxúria sem luxo
de quem respira ( anfíbio) por palavras
varando sem pudor as madrugadas
com luzes tímidas, passos cuidadosos
notívago, lobo e pai
nas ruas de florença
todo poeta é um perigo de nascença
sábado, 14 de março de 2015
sexta-feira, 13 de março de 2015
Raízes
Para quem não tem mais pátria
talvez escrever seja a única morada
Theodor Adorno
E me perguntam onde estou
e me perguntam onde moro
tornaram-se enfim questões delicadas
Estou morando em minhas palavras
Às vezes sede, às vezes navalha
Às vezes também girassóis e asas
talvez escrever seja a única morada
Theodor Adorno
E me perguntam onde estou
e me perguntam onde moro
tornaram-se enfim questões delicadas
Estou morando em minhas palavras
Às vezes sede, às vezes navalha
Às vezes também girassóis e asas
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