Já não posso te escrever
nem cartas, nem bilhetes
nem disfarces dos deuses
nem ouvir os instrumentos que tocas
seu delicioso canto de sereia
atravesso o mar ilhada
cercada por muros e palavras
que nunca mais serão ditas
aprendi esse silêncio
um novo jeito mudo, quieto, apaziguado
entre lembranças e variadas facas na cozinha
marcas dos seus filmes,
e flautas
marcas do seu canto, das cordas do seu violão,
do teclado, dos tambores, dos seus humores
com a quietude de bichos silenciosos
fico olhando de longe
e o que já não posso dizer
secretamente escancaro
em tintas de caneta e mágoa
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