sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Brinquedos

Os brinquedos eram vivos mas mutilados
Às vezes os rios levam os brinquedos da gente
e ficamos ali à beira das águas
esperando outros trazidos pelo tempo:
um porco-espinho sem pata
bonecos sem braços
carrinhos sem roda

As crianças se sobressaltam
em risos delicados
Telefonam para alguém que não existe
Dobram sem cuidado as próprias pernas
como as pernas dos bonecos tristes
e se perguntam espantados:
será que os brinquedos belos existem?

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